O mundo parou. O inimigo invisível vai nos ajudar a ver novos caminhos?

Neste momento de tanto pânico, incertezas, medo do Covid-19, desta pandemia que afeta tudo e a todos, prefiro pensar no que de bom podemos aprender. Meu mercado de trabalho parou. Sou palestrante e treinador e vivo de juntar as pessoas em auditórios ou salas de treinamento, em especial, de fazê-las terem um relacionamento mais pessoal e afetivo, simulando a empatia e a liderança cognitiva tão essenciais para o sucesso em vendas.

Como treinar vendedores e vender sem ter contato? A única alternativa, a mais estratégica e resiliente, é a mudança de hábito geral. Em vez de contato, nos relacionaremos nos próximos 60, 90, 120 dias, à distância. Os meios digitais não são tão marcantes e eficazes como uma ação presencial, de convivência, confesso. Um treinamento meu, conduzido num roteiro repleto de simulações, dinâmicas de grupo, competições, é muito melhor que um conjunto de videoaulas que propõem prática individual e ferramentas online. Mas fazer o quê? Parar não é opção.

Dezenas de negócios estão sendo afetados pela falta de um caminho, um plano B. Restaurantes terão agora que entregar em casa. Netflix está em alta e até fez pacote de quarentena, com descontos especiais. Claro e Sky aumentaram a banda larga para estimular as pessoas a ficarem em casa. Lojas de roupas estão trabalhando mais seu e-commerce e vendedores estão indo até seus clientes. Comprei um carro há 10 dias, e o vendedor agilizou tudo online para transferência de seguro, me mandando documentos para assinar pelo Rappi. Ifood está vendendo como nunca. Viagens estão sendo adiadas e não canceladas, porque existe um esforço em manter tarifas e dar benefícios para quem não cancelar, apenas adiar com prazo de remarcação maior e sem custos. Temos que nos ajudar, flexibilizar, criar novidades e vantagens.

Muita gente está em home-office, como eu e minha equipe, mas sem perder produtividade. Basta ver o aumento de uso de zoom, hangouts e WhatsApp.
Deus proteja todos que cuidam de serviços básicos, como produção e transporte de alimentos, insumos do dia a dia como energia elétrica, materiais de higiene, etc.

Mas se você tem seu negócio afetado como eu, e definiu que não irá ser vetor do Covid-19, tampouco arriscar adoecer, contribuindo com um surto gigantesco da doença, será preciso criar processos e meios de contato digitais.

Não diminua sua energia e motivação, pensando no pior. O mais importante é criar alternativas, ensinar sua clientela a comprar de outra maneira, valorizando o ponto mais crucial, a saúde de todos. Não feche os olhos para esta gigantesca encrenca que estamos passando. O mercado irá selecionar quem não for tão previsível agora. Criatividade para criar produtos e serviços nunca pensados. Invente ou reinvente o negócio como se estivesse num caos. E, aliás, estamos.

Tive nove cancelamentos de eventos entre março e início de abril. O que fiz? Criei um programa de encontros digitais – pois palestra para mim, é num palco, com microfone na mão. Os clientes que cancelaram eventos, gostaram da proposta, 5 já substituíram o modelo de trabalho presencial, por encontros online, com o valor agregado de que disponibilizarei conteúdo semanal, após a transmissão ao vivo e personalizada que farei. O cliente não teria isso se eu fizesse a palestra ou workshop pontual. Reduzi o valor do investimento pela metade, praticamente, e ainda dei horas e horas de conteúdo em vídeos e podcasts, para mostrar que sou a favor de preservar as pessoas em suas casas ou localidades.

Esse vírus, criou um novo produto para mim. Mostrou o quanto sou frágil perto de uma situação terrível como esta. Sua empresa não pode deixar de vender e de entregar. Não pode perder qualidade. Não pode ter um sentimento de crise e resignação. É hora de reagir, de mudar as pessoas de papel na empresa. De cooperação global, mesmo que estejam cada um em suas casas, temos que ser um time, muito mais produtivo, criativo e qualitativo.

Invista em um novo modelo de marketing. Ajuste sua produção, reduza custos, realoque o orçamento previsto no começo do ano. Baixe seu preço, como eu fiz, e entregue mais, mesmo que seja diferente e alternativo.

Você pode até nem saber por onde começar, mas uma pergunta vai lhe provocar: o que você nunca pensou antes que poderia fazer a diferença agora? Prepare-se, talvez você responda essa pergunta com o sentimento de que terá que mudar um monte de coisas. Especialmente aquilo que não funciona mais. Ótimo, renovação é uma atitude que depende de inspiração e coragem de mudar.

Elimine o que não está mais a seu favor. Limpe sua mesa, com álcool gel 70, claro. Não deixe impregnado na sua empresa, na cabeça de sua equipe, o sentimento viral de que poderemos quebrar, perdermos mercado, não teremos um cenário melhor em tão pouco tempo. Precisamos ser responsáveis, e isso inclui cuidar da saúde de todos, mas cuidar de manter o senso de produtividade, com novas ferramentas de gestão.

Separei um material da Endeavor sobre essa crise, para dar luz a esse caminho obscuro que estamos atravessando. Entusiasmo será essencial se pretende sobreviver. Um vírus dizimou populações inteiras em cidades pelo mundo em tempos remotos, por que não ir mais além, mencionando a extinção de dinossauros enormes e fortíssimos. Cabe a nós, reles mortais, usar de nossa inteligência e persistência para construir estradas novas, caminhos que poderão servir de rotas em outras crises, que certamente virão.

O mundo é viral. O vírus é mundial. Você tem que se virar, ou seu mundo pode acabar. Atreva-se a mudar!

Boa sorte!